Nascido em Planaltina (GO), Adriel Oliveira, 32, é o fundador da startup Cogumelo Shimejito, que criou uma rede de fazendas urbanas colaborativas para a comercialização do alimento a empresas ou pessoas comuns. O protótipo do projeto foi criado pelo Sebrae Lab, em 2017, e escolhido para um programa em Portugal, no ano seguinte. “Na nossa tecnologia, você tem dois diferenciais. O custo é mais baixo, visto que a gente tem uma tecnologia própria e os cogumelos crescem duas vezes mais rápido do que o normal. Você contrata a Shimeji para entregar as instalações e a Shimejito para fazer a compra e produção da estruturação”, explica.
“No nosso caso, o diferencial é a parte de poder ser uma empresa de qualificação de jovens alinhada aos projetos de qualificação ambiental para essa nova onda de desenvolvimento econômico digital. Entre investidores e funcionários, somos 16 e 8 farmers (fazendeiros). Nosso produto principal não são os cogumelos, são os micélios (parte vegetativa do cogumelo). Somos uma empresa de tecnologia e serviços, não produtores. Nosso produto é a marca”, acrescenta Adriel.
Outra linha de apoio às empresas é ofertada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF), com cursos de capacitação, consultorias, projetos de incentivos, entre outros. De acordo com o diretor-regional do Senai-DF e superintendente do Sesi-DF, Marco Secco, neste ano de 2021 há cerca de 1.600 empresas atuando em parceria com o Senai nas mais variadas frentes. “O Senai nacional é referência em instituto de inovação e tecnologia.
Aqui no Distrito Federal, temos o foco na construção civil, com vários serviços de consultoria e de tecnologia da informação”, pontua Marco, que destacou a indústria 4.0 como uma das ferramentas essenciais em qualquer trabalho desenvolvido por pequenas e grandes empresas. “
Pelo Senai-DF, foram mais de 3 milhões de máscaras fabricadas na pandemia, além de face shield feitas em impressora 3D e a laser.“ Levar inovação para quem tem uma pequena padaria ou oficina mecânica é outra forma de fazer negócio, é o que vai melhorar a produtividade”
Valdir Oliveira,
diretor superintendente do Sebrae-DF
Em 2021, apesar do orçamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) ter caído de cerca de R$ 400 milhões para pouco mais de R$ 100 milhões, a Fundação readequou o fomento proporcionalmente, de acordo com o Quadro de Detalhamento de Despesa (QDD) indicado pela Secretaria de Economia do DF. “A FAP-DF tem 2.979 projetos fomentados em andamento, ou seja, são 2.979 pesquisadores apoiados pela fundação, trabalhando em pesquisas. No entanto, dentro de cada projeto há, ainda, alunos bolsistas participantes dos projetos, o que faz com que esse número seja ainda maior. Mas esse é um dado que demanda mais tempo para refinamento e precisão do número exato de bolsistas”, afirma o diretor-presidente da FAP-DF, Marco Antônio Costa Jr.
Segundo a fundação, novos editais estão sendo lançados em 2021, ano em que o QDD prevê R$ 88.645.408,97 em custos para as atividades finalísticas, ou seja, para fomento, difusão científica, pagamento de bolsas de estudos e transferências. Todas essas atividades são contempladas ao longo do ano dentro dos editais e chamadas que lançamos.
Em 2020, a FAP-DF firmou o Convênio 03/2020, com investimento de R$ 30 milhões (orçamento global do convênio) para fomentar projetos e ações de pesquisa, inovação e extensão destinadas ao combate da covid-19. No âmbito deste convênio, mais de 40 projetos de pesquisadores da UnB foram selecionados, dos quais 18 foram contratados e estão em andamento, totalizando R$ 12.937.842,05 em fomento.
UnB
Em nota, a Universidade de Brasília (UnB) informou que conta com 607 grupos de pesquisa certificados, em todas as áreas do conhecimento, e quatro Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. A interação com o setor produtivo cresceu substancialmente: de uma média de 12 tecnologias protegidas por ano, a UnB chegou a 144 em pouco mais de três anos (dados coletados em 2020).
2.979
projetos em andamento
R$ 88 milhõs
para pesquisa e difusão científica
O Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), também tem atuado como um fomentador de iniciativas tecnológicas com viés voltado para a educação básica. Desde 1969, o Sesi-DF tem atuado com atividades educacionais com o Centro de Ensino voltado para alunos do ensino fundamental e médio. Um dos grandes destaques, é a utilização da robótica como componente curricular desde 2008. Para a gerente de educação da rede Sesi de educação, Núbia Rosa, esse trabalho ajuda os estudantes a se desenvolverem com práticas inovadoras e que englobam outras áreas do saber. “Neste ano de 2021, implementamos a Educação Tecnológica na base curricular, que potencializará a formação dos estudantes para o trabalho em um mundo de tecnologia”, ressalta.
De acordo com ela, os alunos aprendem a desenvolver competências para se ajustar no mercado de trabalho que, cada vez mais, tem buscado incorporar ferramentas tecnológicas. “Na Educação Tecnológica, é passado para os estudantes uma iniciação científica, mesmo que eles não se tornem cientistas, mostramos um caminho, além de competência de programação e designer de robô”, relata.
Desde 2014, o Sesi-DF desenvolve competições de robótica entre os alunos das unidades de ensino. Em cada edição é proposto um tema e o objetivo é que as equipes desenvolvam soluções inovadoras e montem um circuito com robôs de lego dentro das competições. “O mundo passa por uma aceleração e buscamos, através do torneio, incentivar a criação de alternativas desenvolvidas pelos estudantes, dentro da realidade deles”, afirma Núbia.
Vitor Ferreira de Azeredo, 16 anos, estudante do Sesi Gama, participou da equipe vencedora do torneio regional de robótica neste ano — que ocorreu de forma remota devido às limitações da pandemia. “Foi bastante divertido o torneio on-line, confesso que estava meio receoso desse novo formato, mas tivemos que nos adaptar. Fizemos vários ensaios e mesmo com todas as adversidades conseguimos o prêmio”, conta Vitor, integrante da equipe Lego Field. O grupo desenvolveu uma cinta para gestantes que avisa quando o movimento cardíaco está alto durante a prática de exercícios físicos. “A ideia surgiu quando, lendo sobre o tema, percebemos que as grávidas eram um grupo muito prejudicado em relação às atividades físicas e pouco explorado para soluções. Nove meses é muito tempo para ficar sem uma prática de atividade física, então, criamos essa cinta para facilitar”, explica. O projeto inclui uma cinta de material em elástico com apoio nas costas e sensor cardíaco.
O morador do Gama, também foi vice-campeão no torneio de robótica em nível internacional, em 2019. Na ocasião, a equipe Lego of Olympus criou sacos de dormir adaptados para astronautas. “O tema era soluções para melhorar a qualidade de vida dos astronautas. Então, pensamos sobre como eles dormiam, que não era algo muito confortável. Criamos uma manta térmica com sensores vibratórios que massageiam, dessa forma, faz com que dilate os vasos sanguíneos e libere todos os hormônios necessários para um bom sono”, explica Vitor que consultou o astronauta brasileiro, Marcos Pontes, para se basear no desenvolvimento do projeto.