Caso esses números se confirmem, a expectativa de vida no Distrito Federal ficará muito próxima da média nacional, que, atualmente, está em 76,60 anos e deverá baixar para 74,66 anos. Será a primeira vez, desde 1940, que o Brasil computará queda na expectativa de vida da população, reforçando o impacto assustador da covid-19 por aqui.
Trata-se de um retrocesso e tanto, uma vez que o Brasil vinha num processo contínuo de redução da mortalidade infantil e de aumento da idade média dos idosos. Tudo, graças a políticas sociais consistentes e, sobretudo, a um eficiente programa de vacinação, que erradicou várias doenças, como a poliomielite.
Erros no programa de vacinação agravam o quadro
Agora, vê-se exatamente o contrário. O país não está conseguindo tocar políticas coordenadas de enfrentamento da pandemia, o que agrava a situação, e não se preparou para um plano de imunização em massa da população. O ideal seria que o Brasil estivesse vacinando pelo menos 2 milhões de pessoas por dia, mas a média diária não tem passado de 300 mil.
A expectativa de vida cai porque, além de idosos, a covid está matando muitos jovens, que, num primeiro momento, pensou-se serem mais resistentes ao novo coronavírus. Dados recentes mostram que os jovens já são a maioria dos ocupantes de leitos em unidades de tratamento intensivo (UTIs).
O estudo de Harvard teve a participação da brasileira da demógrafa Márcia Castro, do Departamento de Saúde Global e População da Escola de Saúde Pública da universidade norte-americana. A queda na expectativa de vida a população no país terá forte impacto nas políticas públicas, incluindo a Previdência Social.